terça-feira, 12 de novembro de 2013

Do trabalho e do clichê que é viver

A noção de trabalho muitas vezes é confundida com a de emprego. Só porque você não tem um empregador e uma renda fixa com todos os direitos trabalhistas incluídos não quer dizer que você não tenha um trabalho.
Trabalho é uma ocupação, uma tarefa que você realiza com um objetivo. Seja para ocupar o seu tempo, seja para cumprir uma tarefa necessária a algo ou alguém, você estará trabalhando. E se for com prazer e satisfação, melhor ainda. Recebendo uma renda por isso então, o supra sumo da realização.
Eu achava que este ano seria mais um ano a passar em brancas nuvens. No meu caso um pouco negras, é verdade. Os trinta batendo, a insatisfação comigo mesma em uma crescente, a angústia por não estar se sentindo produtiva, necessária fora do contexto familiar e sentimental. E de repente, o click. O despertar para tudo o que sempre quis. Trabalhar com satisfação, com alegria, com motivação.  A coragem  e o desapego em abandonar tudo o que já havia me sido imposto como o ideal, o correto, seguro, porém nada prazeroso.
Posso hoje encher a boca para dizer: estou trabalhando com o que gosto. E o que gosto é de escrever. De tocar os mais profundos sentimentos através das palavras, das informações trocadas, das ideias compartilhadas. Fomentar a criatividade, reproduzir o belo, desmistificar o feio e o incorreto, propagar alegrias, realizar debates, instigar a imaginação e o saber mais.
Ler mais, procurar mais, crescer mais. Ser mais você mesmo, buscar o diferente no outro, aceitar essas diferenças e crescer através delas. Fazer tudo o que você se propuser com carinho, motivação e alegria. Problemas irão surgir, eu sei. Mas o mais importante é saber como resolvê-los, como encarar as adversidades. Alegria e leveza sempre são bem vindas. Desarmam qualquer cara feia, amenizam palavras duras, apaziguam ares em conflito, resolvem atritos de forma educada.
Porque o que te define enquanto uma pessoa que faz a diferença é um emaranhado de relações, atitudes, aspirações, princípios, valores, desejos, realizações, trabalho e o papel que você exerce dentro e fora do seu círculo familiar, na sua sociedade, na sua comunidade.
A importância que você atribui ao seu trabalho será proporcional ao prazer que ele irá te proporcionar. E isso irá refletir em como as pessoas irão te enxergar e te valorizar por isso.
Busque o que você gosta, o que te dá prazer, o que te torna feliz, o que te motiva. Saiba sempre porém, que nem sempre será possível fazer só coisas legais ou que você está realmente a fim de fazer. Mas as faça, com a mesma vontade e determinação que faria o que te deixa feliz.
Porque sempre depois da tempestade pode aparecer o arco-íris. É um clichê bem blasé, eu sei. Mas viver é isso mesmo. Um clichê. Mas um clichê que pode ser reinventado e revisitado todos os dias, basta você descobrir qual é o seu melhor momento e aproveitar as melhores oportunidades.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Moda e bom gosto: a Dedê tem!

Lembram da famigerada calça jeans comprada apertada e que gerou um post aqui neste blog? Pois então meus queridos, ela está servindo e aproveitei para usá-la em grande estilo na reinauguração da loja Alfaiataria Femina, da queridíssima Elizandra Zaki, conhecida por muitos como Dedê. Em grande estilo porque o evento foi maravilhoso e também porque ela me concedeu o prazer de desfilar suas roupas lindíssimas, juntamente com mais duas clientes.
Alto astral, roupas lindas, gente bonita e interessante, uma champanhota gelada (eu só tomei uma tacinha, juro Monsier Dukan!) e muito bom gosto e receptividade da anfitriã da festa.
Anfitriã esta que merece vivas e parabéns pela ampliação do empreendimento, a loja ficou linda e aconchegante, com um espaço maravilhoso não somente para umas comprinhas mas também para um café maravilhoso invariavelmente oferecido e servido a todas que adentram esse espaço delicioso que é a Alfaiataria Feminina.
Tão delicioso que diversas vou até lá só para tomar um café ou bater um papo, e com o novo espaço agora então, ficou ainda melhor! Para quem ainda não conhece, fica a dica! Porque roupa bonita agrada aos olhos e dá uma elevada na auto estima!
Atenção aos abelhudos de plantão, isso não é editorial publicitário ou qualquer coisa do tipo, viu? É somente uma declaração carinhosa e sincera à uma amiga que merece todo o sucesso do mundo! Parabéns Dedê!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Romantismo


De forma geral, mulheres tendem a gostar de manifestações românticas por parte do sexo oposto. Mas todas tem o real conhecimento do que é ser romântico? E sabem realmente do que gostam nesse romantismo todo? Do nosso querido amigo Aurélio, romântico é:
"adj. Relativo ao romantismo: literatura romântica. / Diz-se de quem nas idéias, no caráter ou no temperamento, revela algo de apaixonado, de nobre, de lírico, que o eleva acima do prosaico, do cotidiano: amante romântico. / Que evoca o estado de alma e as emoções próprias dos românticos: uma canção romântica. / Fig. Lírico, poético: palavras românticas. / Fig. Exaltado, arrebatado, apaixonado: temperamento romântico. / Fig. e Pej. Sentimental, piegas, meloso: novela romântica".
Com toda certeza fico com o primeiro significado concedido por nosso ilustre amigo. Este último significado, "sentimental, piegas, romântico, meloso", dispenso.
Eu devo ter passado um pouquinho longe ou um tanto distraída na fila dessa característica com essa conotação quando Deus me criou. Sempre fui meio desconfiada com cartas melosas, declarações em público ou chororôs exacerbados. Bilhetinhos apaixonados são fofos, mas nunca fizeram muito minha cabeça. Nunca fiquei sonhando com grandes surpresas que envolvessem pétalas de rosa espalhadas pelo chão, velas ou música de fundo. Será que sou anormal? Ou será que somente não dou muita importância a tudo isso?
O que sei é que sempre gostei que me tratassem com respeito, sem vozinhas infantilizadas. Que muito mais valem para mim atos que demonstram carinho e cuidado, como abrir uma porta ou puxar a cadeira para eu sentar, do que demonstrações explícitas do amor através de violeiros ou de qualquer terceiro que nada tem a ver com o sentimento que pertence somente a mim e ao meu parceiro.
Sempre dei valor a uma boa conversa, a um ombro e um colo para chorar, um caráter forte e verdadeiro, e não somente a uma criatividade cheia de clichês de alguém que tenta te convencer do seu amor com momentos gracinha-arte-show-veja-como-me-lembro-de-você-sempre-de-forma-quase-doentia-porque-não-vivo-sem-você.
Aqui está outra coisa que sempre me tirou do sério e me fez ter arrepios, de medo, não de êxtase, a famosa frase: eu não vivo sem você. Sempre tive muito medo e fugi como o diabo foge da cruz de quem um dia me disse isso. Mas como assim, não vive sem mim? Como viveu até agora? E se um dia acabar, como vai fazer? Sim, porque, mesmo que seja lindo, o amor um dia pode acabar, a convivênvia pode se tornar insuportável, os dias podem não fazer mais sentido com quem um dia foi tido como o grande amor da sua vida e pior: esse sentimento pode ser unilateral, e ai como faz? E agora José? Tenho sim a certeza e a convicção de que o fim de um amor pode causar grande dor, profundo sentimento de perda ou de abandono, uma melancolia ou até mesmo, em casos mais severos, uma depressãozinha pós rompimento. Mas achar que a vida vai acabar, ou que não viverá mais sem a criatura, isso para mim já é um exagero.  Porque eu, particularmente, não tenho o hábito de passar tamanha responsabilidade para um terceiro, ainda mais quem não é ou não será nem de perto seu parente, uma vez que namorado, marido, amante, ou seja lá o status que o seu amor tem na sua vida, nunquinha o será.
Ele deve sim ser um parceiro, um amigo, alguém em quem confiar, em quem buscar apoio, carinho, companheirismo, interesses em comum ou não, uma vez que discordar e ter diferentes pontos de vista é saudável e faz bem, não somente a você como indivíduo mas também à relação a dois.
Mas o que eu quero mesmo com todo esse blá-blá de romantismo é lembrar a você, que anda achando sua vida ou seu parceiro muito pouco românticos, de que é preciso conhecer e reconhecer que tipo de romântico é o seu amor. Você pode estar aí, esperando que ele tente te trazer a lua ou as estrelas, que desfie um rosário de poemas melosos, ou que faça uma música para você sem nunca nem ter passado perto de um violão, ou ainda, que ele se torne sócio da floricultura da esquina para cada ausência ressentida ou beicinho que você faça quando estiver contrariada. E quando na verdade, pode estar deixando de notar um romântico mais refinado, mais seguro de si mesmo e da importância que tem na sua vida, que não deve ser medida através de atos isolados em datas especiais ou ainda a cada briguinha boba. O verdadeiro romântico, para mim, é aquele que se faz presente de forma constante, lúcida, educada, polida e por que não, recatada quando assim a ocasião se fizer necessária.
Rosas e poemas são sim bem vindos. Mas o dia-a-dia exige muito mais do que isso. E somente atitudes verdadeiras e com personalidade podem sustentar um romântico, sem que ele se torne um chato de galochas e rosas vermelhas nas mãos.