Hoje cedo a primeira música que eu ouvi quando liguei o rádio na cozinha (sim, pois mesmo nessa era de IPod, celular que canta e tudo o mais, eu ainda tenho por hábito escutar música no rádio, principalmente de manhã) a letra da música, numa livre tradução minha, questionava "você ainda irá me amar quando eu não for mais jovem e bonita?". A música é de Florence Against The Machine, belíssima por sinal, a cantora e a música, e que me fez ficar pensando a respeito dos amores, do passar do tempo e do que você deve realmente levar dessa vida. E quando digo levar dessa vida não estou me referindo ao momento em que iremos passar desta para uma melhor. Mas sim do que devemos levar enquanto somente sabemos que o hoje é nossa única certeza e que por isso mesmo devemos ter a noção de que o que estamos oferecendo aos nossos amores no tempo presente é o que devemos dar de melhor.
A beleza e a juventude podem ser sinônimos de alegria, satisfação e prazer até um certo ponto de nossas vidas. Mas e depois? O depois é que precisa ser salvo. Porque quando os corpos já não tiverem o mesmo frescor e vigor, quando a pele já não for mais lisinha, quando os movimentos já estiverem limitados e os cabelos escassos ou branquinhos, o que você terá levado para o amanhã?
Já escutei ou li uma frase, mais ou menos assim: que depois de uma certa idade, o que sobra de melhor para um casal é ter o que conversar.
Acrescento ao ter o que conversar o rir de si mesmo. O bom humor, o carinho mútuo, o respeito ao silêncio e ao isolamento do outro. A necessidade em ficar só e deixar o outro só também, pois cada um necessita de um pouco de individualidade, de liberdade em estar sozinho, recompor-se consigo mesmo para depois retornar renovado ao "nós".
É preciso uma boa dose de paciência, compreensão e compaixão. Interessar-se genuinamente pelos gostos e prazeres do outro, mesmo que estes não sejam os seus favoritos. Estar atento à mudanças de humores, para se afastar se preciso for ou abraçar se acaso ele necessitar.
Ter intimidade suficiente para não ter que preencher o silêncio com palavras ao vento. Conhecer cada parte e cada pontinha de pele, para poder proporcionar os carinhos e os prazeres indispensáveis. Conhecer sua cor favorita, seu prato predileto e nunca esquecer que camisa de bolinhas ele jamais vai usar, que amarelo queimado não fica bem em ninguém e que às vezes ele não vai entender a sua necessidade em falar tanto, gesticular com as duas mãos, falar ao telefone enquanto cozinha e escutá-lo enquanto dá atenção ao seu filho ou ao cachorro.
Porque é a boa convivência que nos torna eternos amantes, independentemente de corpos sarados ou não, de cabelos brancos ou pele enrugada. É o formar um família, dividir um lar, uma cama, um banheiro, é ouvir um desabafo, ganhar um afago, dividir angústias, tristezas e alegrias, educar um filho, almoçar junto no domingo, discordar, ceder, recordar, perder, ganhar. É o viver tendo a certeza do apoio, do puxar a orelha quando necessário, da verdade franca nas horas difíceis, do riso e das gargalhadas. Do estar juntos só por estar, sem pressa, sem cobranças.
O amor é um sentimento vivo, em eterna construção e descontrução, aceita reformas, perdas e reparos. Mas precisa ser cuidado, sempre. E ainda que a beleza seja fundamental, como já disse o poeta, quando essa se for só ficará o amor que você nutriu e dispensou através dos gestos e dos cuidados, do conhecer-se a si mesmo e ao seu amor profundamente e do gosto por estar ao lado de uma pessoa que consegue ser linda por inteiro, independente das marcas que o tempo deixar nele.
Preserve seu bom humor, seu carinho, seu braços sempre abertos para um abraço, seus ouvidos sempre atentos para conversas e sua palavras sempre presentes. Tudo isso é imune à passagem do tempo e ainda que não tão jovem ou tão bonita, terá levado o seu melhor para o amanhã com seu amor.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Da paixão
Recentemente li o livro "A condição indestrutível de ter sido" da Helena Terra. A história de uma paixão fulminante, avassaladora, cortante e dilacerante, como várias as histórias de amor que um dia já vivemos ou, para aqueles que preferem esquecer, o que um grande amigo já viveu. O desenrolar de uma história sem final feliz, sem o "e viveram felizes para sempre", sem cavalo branco ou casamento de final de novela das oito. Real e dolorida, como só uma história de um amor não correspondido consegue ser.
Uma personagem voraz em viver uma paixão, em realizar seus desejos, em entregar-se por inteiro, de corpo, de alma e de mente. Porque é assim que nos perdemos nos amores já tidos perdidos. Na entrega incondicional, no confessionário de fraquezas e na propagação de atos impensados e mal entendidos.
Quem nunca se viu entregue a um sentimento maior que toda a sensatez e racionalidade somente obtidas enquanto ausente o bater descompassado de um coração apaixonado?
Quem nunca entregou-se achando estar já entregue o coração da outra parte? Quem nunca alimentou-se da espera do toque de um telefone, de uma mensagem na caixa de entrada, de um cruzar de olhares mesmo que fugaz?
Quem nunca passou horas a conjecturar encontros "ocasionais", conversas que jamais existiram, passeios que nunca se realizaram, sonhos que nunca foram concretizados, palavras que nunca foram escutadas, somente imaginadas nos mais infinitos graus de loucura delirante apaixonada?
Porque uma paixão faz isso. Ela nos leva a delirar, a ter ciúmes doentio, a travar guerras sentimentais, a nos humilharmos por um pouco mais de atenção ou de poesia nos atos do dia a dia. Ela nos fere na ausência do carinho, do não entrelaçar de dedos, do não sentir-se correspondida em todos os aspectos viscerais que somente uma paixão unilateral consegue basear-se.
Helena Terra nos mostra toda a face nua e crua de um ser em ebulição, de um ser irracional e por vezes insensato ou até mesmo cruel consigo mesmo, um ser que qualquer um de nós já tornou-se quando envolvido na ciranda de uma paixão não correspondida.
E para aqueles que lendo isso consideram-se superiores porque imunes a tudo o que foi exposto, meus sentimentos. Pois somente quem já entregou-se assim conhece a si mesmo de forma completa, com suas faces mais obscuras e as reconhece e as domina e convive com elas. Porque o reconhecer-se humano passa invariavelmente pela seara das paixões que um dia poderiam ter sido um grande amor.
Uma personagem voraz em viver uma paixão, em realizar seus desejos, em entregar-se por inteiro, de corpo, de alma e de mente. Porque é assim que nos perdemos nos amores já tidos perdidos. Na entrega incondicional, no confessionário de fraquezas e na propagação de atos impensados e mal entendidos.
Quem nunca se viu entregue a um sentimento maior que toda a sensatez e racionalidade somente obtidas enquanto ausente o bater descompassado de um coração apaixonado?
Quem nunca entregou-se achando estar já entregue o coração da outra parte? Quem nunca alimentou-se da espera do toque de um telefone, de uma mensagem na caixa de entrada, de um cruzar de olhares mesmo que fugaz?
Quem nunca passou horas a conjecturar encontros "ocasionais", conversas que jamais existiram, passeios que nunca se realizaram, sonhos que nunca foram concretizados, palavras que nunca foram escutadas, somente imaginadas nos mais infinitos graus de loucura delirante apaixonada?
Porque uma paixão faz isso. Ela nos leva a delirar, a ter ciúmes doentio, a travar guerras sentimentais, a nos humilharmos por um pouco mais de atenção ou de poesia nos atos do dia a dia. Ela nos fere na ausência do carinho, do não entrelaçar de dedos, do não sentir-se correspondida em todos os aspectos viscerais que somente uma paixão unilateral consegue basear-se.
Helena Terra nos mostra toda a face nua e crua de um ser em ebulição, de um ser irracional e por vezes insensato ou até mesmo cruel consigo mesmo, um ser que qualquer um de nós já tornou-se quando envolvido na ciranda de uma paixão não correspondida.
E para aqueles que lendo isso consideram-se superiores porque imunes a tudo o que foi exposto, meus sentimentos. Pois somente quem já entregou-se assim conhece a si mesmo de forma completa, com suas faces mais obscuras e as reconhece e as domina e convive com elas. Porque o reconhecer-se humano passa invariavelmente pela seara das paixões que um dia poderiam ter sido um grande amor.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
De pais e filhos
Nossos pais são nosso porto seguro, nosso norte em qualquer situação. São eles quem nos dão o maior dos amores, o melhor dos abraços e o mais carinhoso beijo.
Eles nos ensinam o que é certo e o que é errado. Nos dão a mão quando precisamos nos apoiar e nos dão um colo quando precisamos chorar.
Crianças precisam disso tudo, mas precisam de bons exemplos também. Já disse minha amiga Marina, "não há nada mais contagioso do que o exemplo".
Por isso ensine seu filho a dizer as palavras mágicas. Por favor, obrigado, com licença e me desculpe têm uma força incrível, e os pequenos descobrem isso rápido e as usam quando as usamos com eles também. Mostre ao seu filho que lugar de lixo é na lixeira, que desperdício de comida é coisa muito feia e que ajudar ao próximo é algo sempre bem vindo.
Alerte sempre sobre o desperdício de água, incentive a ter um bichinho com responsabilidade, a dividir seus brinquedos e material da escola, a respeitar os mais velhos e os seus professores.
Demonstre sempre o quanto ele é importante, mas não deixe-o pensar que é o centro do universo, porque ele não é. Trate-o com respeito e com palavras doces, sem deixar de impor limites. Preocupe-se em saber como ele está, mas não o sufoque com super-proteção.
Brinque e dedique um tempo só para ele, isso tem um poder de aproximação incrível e ele irá saber que pai e mãe também podem ser crianças, mesmo que só de faz de conta. E um dia ele, quando for pai ou mãe, também irá transmitir tudo o que aprendeu com você.
Prepare-o para a vida, pois não será para sempre que você estará ao seu lado para protegê-lo.
Por isso, não esqueça nunca de tentar dar o melhor de si para o seu filho. O que ele vivencia, escuta e sente é o que ele levará para resto da vida e para o mundo, que infelizmente nem sempre tem os braços e os abraços de nossos pais.
Eles nos ensinam o que é certo e o que é errado. Nos dão a mão quando precisamos nos apoiar e nos dão um colo quando precisamos chorar.
Crianças precisam disso tudo, mas precisam de bons exemplos também. Já disse minha amiga Marina, "não há nada mais contagioso do que o exemplo".
Por isso ensine seu filho a dizer as palavras mágicas. Por favor, obrigado, com licença e me desculpe têm uma força incrível, e os pequenos descobrem isso rápido e as usam quando as usamos com eles também. Mostre ao seu filho que lugar de lixo é na lixeira, que desperdício de comida é coisa muito feia e que ajudar ao próximo é algo sempre bem vindo.
Alerte sempre sobre o desperdício de água, incentive a ter um bichinho com responsabilidade, a dividir seus brinquedos e material da escola, a respeitar os mais velhos e os seus professores.
Demonstre sempre o quanto ele é importante, mas não deixe-o pensar que é o centro do universo, porque ele não é. Trate-o com respeito e com palavras doces, sem deixar de impor limites. Preocupe-se em saber como ele está, mas não o sufoque com super-proteção.
Brinque e dedique um tempo só para ele, isso tem um poder de aproximação incrível e ele irá saber que pai e mãe também podem ser crianças, mesmo que só de faz de conta. E um dia ele, quando for pai ou mãe, também irá transmitir tudo o que aprendeu com você.
Prepare-o para a vida, pois não será para sempre que você estará ao seu lado para protegê-lo.
Por isso, não esqueça nunca de tentar dar o melhor de si para o seu filho. O que ele vivencia, escuta e sente é o que ele levará para resto da vida e para o mundo, que infelizmente nem sempre tem os braços e os abraços de nossos pais.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Aos meus professores
Entre as tantas profissões que um dia pensei em seguir a de professor sempre foi uma delas. Independente da formação que eu tivesse, uma das minhas opções era a de ser professora universitária. Mesmo que os caminhos que eu segui não tenham me levado a isso, minha admiração por esta profissão continua intacta.
Desde o ensino primário, sempre tive uma admiração muito grande pela figura que todos os dias dedicava uma boa parte do seu tempo para compartilhar conhecimento, ensinar, orientar e acolher. Sim, porque tive a sorte de ter tido pessoas assim na minha formação. Professores dedicados e comprometidos com uma das mais importantes profissões: a de formar cidadãos através do conhecimento, da capacidade de pensar, de formar opinião, criticar com inteligência e conteúdo, dividir o conhecimento adquirido e usá-lo para crescer e ser alguém que também faz a diferença.
Por isso um dia quis ser professora. Por acreditar nesta missão como uma forma de melhorar as pessoas e o mundo, de propagar o conhecimento, a liberdade de sermos pessoas melhores através da cultura, da informação, do conhecimento, não apenas através das matérias técnicas mas também dos valores da ética, da boa educação, do respeito ao próximo e ao mundo enquanto uma responsabilidade de todos.
Encontrei algumas maçãs podres nesta cesta, é verdade, mas foram tão poucos que não deixaram grandes marcas e nem fizeram grandes estragos. Profissionais descomprometidos você encontra em qualquer profissão, em qualquer área de atuação. Assim como encontrei alunos, colegas, incapazes de enxergar essas figuras da mesmo forma que eu enxergava: com respeito, admiração, reconhecimento e gratidão.
Meu muito obrigada a todos os professores que um dia souberam dividir o seu dom comigo, o de educar. Se hoje sou o que sou, em grande parte devo a essas pessoas. Junto com a base familiar devemos sempre lembrar que os professores e a escola desempenham um papel importantíssimo em nossa formação. Porque a educação é a base de tudo.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Um pouco de verdade não dói. Somente cura
Na última semana tem pipocado comentários e reportagens à respeito do discurso do escritor Luiz Ruffato na abertura da feira do livro de Frankfurt.
Ruffato fez uma análise histórica do nosso país de maneira crítica e sem hipocrisias, colocou os fatos passados nos seus devidos lugares, bem como suas consequências para nossos dias atuais. Fez as devidas ligações entre a forma de colonização e exploração do nosso país e o resultado escabroso que hoje podemos vislumbrar em termos de desigualdades e injustiças sociais.
Em um país essencialmente machista e preconceituoso, que de forma velada se apresenta como um país liberal e em que há espaço para todos, nos fez lembrar (para surpresas de alguns, até entender, quem sabe?) o porque de tanta violência contra as mulheres, abandono de crianças e idosos, tanto preconceito contra negros, gays e todo tipo de minoria.
Para mim, que tive a sorte de ter professores de história extremamente críticos e preocupados em contar os fatos históricos de forma clara e sem hipocrisias, que sempre tive pais e uma família antenada em não nos alienar com uma realidade que não existe e nem nos formar indiferentes a tanta desigualdade e que sempre me incomodei com a realidade a mim apresentada, não me causou nenhum espanto e sim revalidou todas as minhas impressões mais cruas a respeito do país em que vivo. Um país em que você tem a obrigação de recolher tributos e não ter a contraprestação, pois nossas estradas são verdadeiras piadas em termos de segurança e manutenção real e eficaz; nossos hospitais públicos se encontram em estado periclitante e sem infraestrutura ou recursos para atender de forma digna os que procuram por atendimento e remunerar seus funcionários e prestadores de serviços. Um país em que a maior parcela dos alunos das universidades federais são provenientes da rede privada, pois o ensino público não recebe a atenção e os investimentos realmente necessários para oferecer educação e estrutura de qualidade, bem como não prioriza e nem valoriza os profissionais da educação, verdadeiros pilares na formação de novos cidadãos. A visão e a certeza de um país em que a lei não é cumprida, o lixo não tem a devida destinação, o bem público é utilizado por poucos e de forma deturpada, os eleitos pelo povo não se comprometem com quem os elegeu, uma polícia mal remunerada e pouco equipada, infraestrutura de portos e aeroportos sempre aquém do necessário. Um país em que o jeitinho brasileiro, o carnaval e o futebol fazem a linha de frente em toda e qualquer representação internacional.
Somos o país do samba, do carnaval e do futebol. E quando alguém ousa "deturpar"essa visão, quebrar esses paradigmas, expor as feridas que nunca cicatrizaram mas que até hoje doem na maior parte da população, então vários se unem em coro para dizer que nada disso é tão real ou tão grave, que nosso país merece ser valorizado e exposto de forma mais leve, ainda mais em um evento em que o mundo todo irá sentir tal repercussão.
Pois para mim, não poderia ter sido de forma mais perfeita e eficaz. Em uma feira do livro, em um local em que se não todos, mas a grande maioria, como pode ser percebido, está em busca da verdade, do conhecimento, do dividir os saberes, as opiniões, as diversidades, o livre pensamento.
Porque os livros têm esse poder (assustador para alguns, devo dizer): a liberdade do pensar, do formar opinião, de divergir, de contrariar, de contrapor, de convencer, de conhecer. Porque sem isso ficamos vazios, alienados, sentenciados a crer somente no que nos dizem de forma fácil e sem críticas, com firulas de historinhas da carochinha, sem poder de ação ou reação.
A esperança de mudanças, de dias melhores também depende de cada um. Por isso escrevo. Minha esperança é que você, é você mesmo, se questione: e eu, o que eu penso sobre isso? O que eu tenho a ver com isso?? E ai, vai encarar? Ou vai só esperar a banda passar, no país do futebol, carnaval e mulher bonita? Porque todo mundo tem que saber: você também faz parte disso.
Reeditando velhos fantasmas
Este é da série textos antigos. Já tive um blog anônimo, tamanha a minha necessidade em expurgar verdades cortantes a respeito de mim mesma. Mas como já mencionei em outras oportunidades, esses medos e inseguranças já deixei para trás, e compartilhar aqui meus pensamentos mais insanos (porém acredito que os mais verdadeiros) é uma forma de não me sentir tão sozinha nas minhas sandices e pecadinhos cotidianos.
Pecados capitais
O que mais me assola é o da preguiça. Logo em seguida o da gula. Na verdade se complementam: um não vive sem o outro. Se estou à toa, logo bate uma larica, uma vontade de devorar tudo que contém glicose e várias calorias. Isso por diversas vezes me deixa frustrada. Quando perco o controle passo horas sem nada fazer, com a consciência pesada, uma ansiedade sem fim, que só pode ser aplacada preenchendo um vazio que nem sei de onde vem. E vale chocolate, brigadeiro de colher, pão com geleia, pipoca com melado, até nescau de colher, se o desespero for muito e o armário estiver vazio.
Já pensei em fazer terapia, tentar descobrir a origem disso tudo. Enquanto isso não acontece, corro para a academia e fecho a boca por vários dias, porque não sou gorda nem nada, daquelas magras falsas sabe? Normal. Mas às vezes a normalidade não satisfaz, não agrada. Somos todas pecadoras. Na frente do espelho blasfemamos o corpinho que Deus nos deu com todo amor e carinho e nos mostramos insatisfeitas com o que temos. Mas esquecemos que nossa boca é nossa sentença, literalmente. A reincidência nos brigadeiros nos faz penar e pagar um preço alto, porém justo: você é aquilo que você come (ou se priva de comer).
Porque hoje é segunda-feira e tenho mais uma promessa a cumprir. Atire a primeira pedra quem nunca esperou a segunda pra começar tudo de novo o que nunca tem fim: nossa eterna insatisfação feminina em querermos ser sempre mais : mais magra, mais alta, mais disposta, mais mulher, mais mãe, mais profissional, mais amiga, mais amante, mais, mais, mais. Se conseguirmos ser um pouco mais nós mesmas, já é alguma coisa. Mesmo que pelo menos nessa segunda-feira.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Das pessoas e das redes sociais
Aconteceu comigo na semana passada. Compartilhei um link de um texto no facebook. Nada demais, nenhum tema polêmico, contraditório ou moralmente relevante, algo envolvendo mulheres, o passar do tempo e queijo gorgonzola.
Ocorreu que um contato de minha rede social postou um comentário contendo uma opinião divergente da minha, o que obviamente resultou em um comentário meu dizendo que eu não concordava com sua posição, expus meu motivos para tanto e esperei sua resposta. Que não veio. Dias depois me dei por conta que tal criatura havia provavelmente me excluído de sua lista de contatos. Fácil assim, se você me contraria eu te excluo.
Mas então porque a exposição de ideias senão com o propósito de estimular o pensar, o debate, a troca de informações, de opiniões, de posições? É muita ingenuidade (ou egocentrismo?) acreditar que após emitir uma opinião, ainda mais em uma rede social, todo mundo irá concordar com você ou, ainda, que ninguém será compelido a emitir sua própria opinião, mesmo que esta seja contrária à sua.
Eu, que sempre fui muito democrática, acredito que a escolha em participar de redes sociais está intimamente ligada ao compartilhamento de ideias, opiniões, ideais, convicções, e não somente o compartilhamento de imagens, de fatos vazios ou ilusões vivenciadas no mundo virtual. Porque nesse espaço às vezes temos a impressão de que não existe tristeza, solidão, ou ainda, de que não há falta de dinheiro ou de festas e amigos.
Você tem o direito sim de expor o que você quiser, o que você bem entender e o que te deixar a vontade com você mesmo, mas deve ter a certeza de que nem todos irão gostar, "curtir" ou se identificar e isso poderá ser demonstrado, e certamente será. Pois, até que se prove o contrário, trata-se de um espaço democrático e livre, mesmo que por vezes os seus usuários esqueçam da ética ou da boa educação.
Nas redes sociais uma das saídas em casos assim pode ser, sim, a exclusão de quem te contrariou. Mas na vida real, acredite, a exclusão não é a melhor e nem a mais fácil da opções.
Ocorreu que um contato de minha rede social postou um comentário contendo uma opinião divergente da minha, o que obviamente resultou em um comentário meu dizendo que eu não concordava com sua posição, expus meu motivos para tanto e esperei sua resposta. Que não veio. Dias depois me dei por conta que tal criatura havia provavelmente me excluído de sua lista de contatos. Fácil assim, se você me contraria eu te excluo.
Mas então porque a exposição de ideias senão com o propósito de estimular o pensar, o debate, a troca de informações, de opiniões, de posições? É muita ingenuidade (ou egocentrismo?) acreditar que após emitir uma opinião, ainda mais em uma rede social, todo mundo irá concordar com você ou, ainda, que ninguém será compelido a emitir sua própria opinião, mesmo que esta seja contrária à sua.
Eu, que sempre fui muito democrática, acredito que a escolha em participar de redes sociais está intimamente ligada ao compartilhamento de ideias, opiniões, ideais, convicções, e não somente o compartilhamento de imagens, de fatos vazios ou ilusões vivenciadas no mundo virtual. Porque nesse espaço às vezes temos a impressão de que não existe tristeza, solidão, ou ainda, de que não há falta de dinheiro ou de festas e amigos.
Você tem o direito sim de expor o que você quiser, o que você bem entender e o que te deixar a vontade com você mesmo, mas deve ter a certeza de que nem todos irão gostar, "curtir" ou se identificar e isso poderá ser demonstrado, e certamente será. Pois, até que se prove o contrário, trata-se de um espaço democrático e livre, mesmo que por vezes os seus usuários esqueçam da ética ou da boa educação.
Nas redes sociais uma das saídas em casos assim pode ser, sim, a exclusão de quem te contrariou. Mas na vida real, acredite, a exclusão não é a melhor e nem a mais fácil da opções.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Da realidade e o que ela te traz
Ontem uma amiga muito querida me falou que gosta dos meus textos porque eles retratam a realidade. Isso me fez pensar que, afinal, é a realidade o que todos nós temos em comum.
O nosso cotidiano, a nossa rotina. Nossa realidade. Mesmo que esta lhe pareça meio sem graça, é a que você tem e deve valorizá-la.
Todos temos alegrias e tristezas, passamos por bons e maus momentos. Enfrentamos angústias, encaramos o fato de termos ou não dinheiro. Alguns precisam encarar o sobrepeso, a falta de emprego, o preconceito por escolhas afetivas, a falta de saúde, a ausência de amigos ou de um ente querido que já se foi. Todos podemos experimentar a alegria de ter um filho, a tristeza em não poder concebê-lo ou a escolha em não tê-lo.
A realização em passar no vestibular, em aprender uma coisa nova. A dificuldade em esquecer um amor antigo e a expectativa em encontrar uma nova paixão. A aventura de conhecer novos países, novos rostos, novos amores e novos sabores.
É a realidade o que nos move. É o viver, um dia após o outro, mesmo que o ontem tenho sido ruim, mas com a esperança de que amanhã será melhor.
Podemos não ter uma vidinha de novela das oito, com todo o glamour que a ficção pode proporcionar. Mas pense bem, você pode ser o protagonista da sua própria realidade, sem depender do roteiro de ninguém e nem da audiência de um público.
O que nos motiva afinal é ter um lar para onde voltar no fim do dia e pessoas queridas a quem amar e compartilhar. É fazer o que se gosta e perceber que assim você passa a gostar cada dia mais de você mesmo. É reconhecer-se incompleto e imperfeito, mas com a certeza de estar dando o seu melhor e tirando o melhor do que o mundo pode nos oferecer.
Porque a vida é agora. E a vida é real.
O nosso cotidiano, a nossa rotina. Nossa realidade. Mesmo que esta lhe pareça meio sem graça, é a que você tem e deve valorizá-la.
Todos temos alegrias e tristezas, passamos por bons e maus momentos. Enfrentamos angústias, encaramos o fato de termos ou não dinheiro. Alguns precisam encarar o sobrepeso, a falta de emprego, o preconceito por escolhas afetivas, a falta de saúde, a ausência de amigos ou de um ente querido que já se foi. Todos podemos experimentar a alegria de ter um filho, a tristeza em não poder concebê-lo ou a escolha em não tê-lo.
A realização em passar no vestibular, em aprender uma coisa nova. A dificuldade em esquecer um amor antigo e a expectativa em encontrar uma nova paixão. A aventura de conhecer novos países, novos rostos, novos amores e novos sabores.
É a realidade o que nos move. É o viver, um dia após o outro, mesmo que o ontem tenho sido ruim, mas com a esperança de que amanhã será melhor.
Podemos não ter uma vidinha de novela das oito, com todo o glamour que a ficção pode proporcionar. Mas pense bem, você pode ser o protagonista da sua própria realidade, sem depender do roteiro de ninguém e nem da audiência de um público.
O que nos motiva afinal é ter um lar para onde voltar no fim do dia e pessoas queridas a quem amar e compartilhar. É fazer o que se gosta e perceber que assim você passa a gostar cada dia mais de você mesmo. É reconhecer-se incompleto e imperfeito, mas com a certeza de estar dando o seu melhor e tirando o melhor do que o mundo pode nos oferecer.
Porque a vida é agora. E a vida é real.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Irmão
Dizem que amigos são os irmãos que escolhemos. Essa frase é tão verdadeira quanto dizer que irmãos são os amigos que nos são dados sem termos o trabalho de escolher. Porque ter um irmão é ter a certeza de que nunca estaremos sozinhos. É com quem aprendemos, desde que nos conhecemos por gente, a amar, dividir, brincar, brigar, compartilhar, chorar, crescer. É com quem podemos falar abertamente de todas as loucuras familiares, porque ele faz parte disso e nos compreende, sem nos repreender por isso.
Um irmão nos estende a mão quando precisamos, nos acolhe quando o procuramos, nos diz palavras severas sem deixar de ser doce, nos mantém com os pés no chão quando perdemos o contato com este, nos permite sermos mais leves quando a vida nos parece pesada. É o irmão quem nos diz que podemos estar errados, sem deixar de nos motivar para um dia acertar. É a única pessoa com quem você irá brigar, xingar, surtar e no final irão se abraçar e rir, pois tudo isso é permitido. É no seu irmão que um dia você irá enxergar os seus pais, num sorriso, num jeito de andar, de falar ou de reagir à situações.
O seu irmão pode ser você ao contrário, pode ser você melhorado ou piorado, pode ser você em dobro, pode ser você como você é. O seu espelho inverso, seu medo exacerbado, sua alegria transbordada, sua vida recontada.
Seu irmão será sempre seu irmão. E por isso mesmo, sempre seu melhor amigo. Uma amizade que nunca precisou ser construída, já veio pronta, sem arestas, sem julgamentos, sem receios, sem data para terminar. Ter um irmão é uma dádiva. Um presente entregue sem laços e fitas, mas que nos acompanhará pelo resto de nossas vidas.
Um irmão nos estende a mão quando precisamos, nos acolhe quando o procuramos, nos diz palavras severas sem deixar de ser doce, nos mantém com os pés no chão quando perdemos o contato com este, nos permite sermos mais leves quando a vida nos parece pesada. É o irmão quem nos diz que podemos estar errados, sem deixar de nos motivar para um dia acertar. É a única pessoa com quem você irá brigar, xingar, surtar e no final irão se abraçar e rir, pois tudo isso é permitido. É no seu irmão que um dia você irá enxergar os seus pais, num sorriso, num jeito de andar, de falar ou de reagir à situações.
O seu irmão pode ser você ao contrário, pode ser você melhorado ou piorado, pode ser você em dobro, pode ser você como você é. O seu espelho inverso, seu medo exacerbado, sua alegria transbordada, sua vida recontada.
Seu irmão será sempre seu irmão. E por isso mesmo, sempre seu melhor amigo. Uma amizade que nunca precisou ser construída, já veio pronta, sem arestas, sem julgamentos, sem receios, sem data para terminar. Ter um irmão é uma dádiva. Um presente entregue sem laços e fitas, mas que nos acompanhará pelo resto de nossas vidas.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
O que te faz feliz
Na última revista Cláudia, recebida ontem, me deparei com uma frase: eu não quero estar sempre certa. Eu quero é ser feliz. Isso veio muito a calhar, pois eu também não quero estar sempre certa, eu quero é ser feliz. Eu não quero estar dentro das estatísticas. Eu quero é ser feliz. Eu não quero atender somente às expectatitavas dos outros. Eu quero é ser feliz. Eu não quero ter um emprego só para ter uma renda. Eu quero é ser feliz. Eu não quero ser julgada pelo que eu sou. Eu quero é ser feliz.
Eu já quis ser tantas coisas. Cientista, atriz, jornalista, professora, diretora de cinema, roteirista, juíza, advogada, e nos momentos mais insanos, uma celebridade, uma figura notória, daquelas que não conseguem andar na rua. Mas uma coisa sempre me acompanhou. Independente da profissão que eu escolhesse, uma certeza eu sempre tive: vou ser também escritora.
Seguindo uma linha reta muito bem traçada, fiz direito, me formei, advoguei, estudei, não passei em concursos. Isso me frustou? Sim, com certeza. Não me identificar por completo com a profissão que eu havia escolhido foi um fato muito difícil de ser digerido. Para mim e para os mais próximos que me rodeiam e me questionam: mas e você não vai voltar a advogar? Não vai voltar a trabalhar?
Demorou muito, mas eu consegui admitir. Não, não vou. É uma profissão linda, gratificante, mas que te exige não somente uma técnica e conhecimentos apurados, mas uma entrega vocacional que eu já não encontrava em mim mesma. Talvez nunca encontrei. Alguns irão dizer, eu sei, que estou em uma situação privilegiada, que efetivamente trabalhar para ganhar dinheiro não é um problema. Mas trabalhar é somente isso? Ou trabalhar é fazer algo que você realmente gosta, se satisfaz e é recompensado, seja em dinheiro ou em reconhecimento?
Como eu disse, eu quero é ser feliz. E hoje, além de toda minha felicidade familiar, porque sim, tenho uma família maravilhosa, uma filha linda e um marido companheiro e que eu amo muito e sou amada, eu quero sim me sentir completa, reconhecida e realizada. E isso eu venho alcançando nas ultimas semanas. Escrevendo. Para alguns um suplicio, para outros algo nada interessante ou meramente uma obrigação. Para mim, minha realização. Minha paixão. Minha motivação. Minha profissão.
É para vocês que eu escrevo. Blogueira, escritora, poetisa, o que quiserem. Eu quero é ser feliz. E fazer os outros felizes. Porque todo mundo precisa descobrir: o que te faz feliz?
Eu já quis ser tantas coisas. Cientista, atriz, jornalista, professora, diretora de cinema, roteirista, juíza, advogada, e nos momentos mais insanos, uma celebridade, uma figura notória, daquelas que não conseguem andar na rua. Mas uma coisa sempre me acompanhou. Independente da profissão que eu escolhesse, uma certeza eu sempre tive: vou ser também escritora.
Seguindo uma linha reta muito bem traçada, fiz direito, me formei, advoguei, estudei, não passei em concursos. Isso me frustou? Sim, com certeza. Não me identificar por completo com a profissão que eu havia escolhido foi um fato muito difícil de ser digerido. Para mim e para os mais próximos que me rodeiam e me questionam: mas e você não vai voltar a advogar? Não vai voltar a trabalhar?
Demorou muito, mas eu consegui admitir. Não, não vou. É uma profissão linda, gratificante, mas que te exige não somente uma técnica e conhecimentos apurados, mas uma entrega vocacional que eu já não encontrava em mim mesma. Talvez nunca encontrei. Alguns irão dizer, eu sei, que estou em uma situação privilegiada, que efetivamente trabalhar para ganhar dinheiro não é um problema. Mas trabalhar é somente isso? Ou trabalhar é fazer algo que você realmente gosta, se satisfaz e é recompensado, seja em dinheiro ou em reconhecimento?
Como eu disse, eu quero é ser feliz. E hoje, além de toda minha felicidade familiar, porque sim, tenho uma família maravilhosa, uma filha linda e um marido companheiro e que eu amo muito e sou amada, eu quero sim me sentir completa, reconhecida e realizada. E isso eu venho alcançando nas ultimas semanas. Escrevendo. Para alguns um suplicio, para outros algo nada interessante ou meramente uma obrigação. Para mim, minha realização. Minha paixão. Minha motivação. Minha profissão.
É para vocês que eu escrevo. Blogueira, escritora, poetisa, o que quiserem. Eu quero é ser feliz. E fazer os outros felizes. Porque todo mundo precisa descobrir: o que te faz feliz?
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Da série: convidados especiais
Hoje inicio um espaço no Comedora de Palavras. Um compartilhamento de textos de amigos, conhecidos ou qualquer pessoa que tenha chamado minha atenção através das palavras.
Esse texto é de autoria de uma grande e querida amiga: Marina Dias Poletto, médica, mãe da fofíssima Elisa, esposa do Mauro e primeira dama do município de Xavantina-SC, podre de chique. Mas antes de tudo, uma criatura extraordinária, que conheço desde quando brincávamos de bonecas, com uma personalidade forte e linda. Originalmente ela postou esse texto no face e eu achei interessante dividir aqui neste espaço. Palavras fortes porém extremamente verdadeiras, assim como minha amada amiga. Porque todo mundo precisa saber e lembrar que o hoje é o dia mais importante de toda a nossa vida.
"Há dois meses, uma grande amiga minha perdeu uma grande amiga dela... (confuso,mas é isso mesmo).
Passados uns dias após a perda, fomos ao cemitério levar lírios, flor preferida da grande amiga da minha grande amiga...e entramos após,em uma discussão sobre rituais de morte.
Pedi a ela que, quando for a minha vez, se eu partir antes, que eu não quero flores no meu túmulo. Que eu não quero missa de primeiro, sétimo ou milésimo dia. Não se preocupem com a roupa que eu serei velada, aliás....nem precisa me velar...E, pensando bem....eu nem quero um túmulo...
Façam comigo o que quiserem... Doem todos os meus órgãos, doem o meu corpo para uma faculdade de medicina, façam uma fogueira, um ritual satânico, ou o que for.
Mas por favor...não chorem, quando eu me for, lágrimas de culpa.Não falem que eu farei falta, ou que eu era uma "pessoa boa".
Me tragam flores hoje, numa quinta-feira ensolarada. Mandem rezar uma missa para que minha vida ande na linha... mas enquanto ainda há vida...Escolham uma roupa para irmos a uma festa.
Me mandem um sms dizendo que sim, eu faço falta... Um sinal de fumaça mostrando que sou lembrada.
Só isso.
Eu não quero rituais de morte.
Eu quero rituais de vida."
Esse texto é de autoria de uma grande e querida amiga: Marina Dias Poletto, médica, mãe da fofíssima Elisa, esposa do Mauro e primeira dama do município de Xavantina-SC, podre de chique. Mas antes de tudo, uma criatura extraordinária, que conheço desde quando brincávamos de bonecas, com uma personalidade forte e linda. Originalmente ela postou esse texto no face e eu achei interessante dividir aqui neste espaço. Palavras fortes porém extremamente verdadeiras, assim como minha amada amiga. Porque todo mundo precisa saber e lembrar que o hoje é o dia mais importante de toda a nossa vida.
"Há dois meses, uma grande amiga minha perdeu uma grande amiga dela... (confuso,mas é isso mesmo).
Passados uns dias após a perda, fomos ao cemitério levar lírios, flor preferida da grande amiga da minha grande amiga...e entramos após,em uma discussão sobre rituais de morte.
Pedi a ela que, quando for a minha vez, se eu partir antes, que eu não quero flores no meu túmulo. Que eu não quero missa de primeiro, sétimo ou milésimo dia. Não se preocupem com a roupa que eu serei velada, aliás....nem precisa me velar...E, pensando bem....eu nem quero um túmulo...
Façam comigo o que quiserem... Doem todos os meus órgãos, doem o meu corpo para uma faculdade de medicina, façam uma fogueira, um ritual satânico, ou o que for.
Mas por favor...não chorem, quando eu me for, lágrimas de culpa.Não falem que eu farei falta, ou que eu era uma "pessoa boa".
Me tragam flores hoje, numa quinta-feira ensolarada. Mandem rezar uma missa para que minha vida ande na linha... mas enquanto ainda há vida...Escolham uma roupa para irmos a uma festa.
Me mandem um sms dizendo que sim, eu faço falta... Um sinal de fumaça mostrando que sou lembrada.
Só isso.
Eu não quero rituais de morte.
Eu quero rituais de vida."
Das crianças e sua sinceridade
A literalidade e a sinceridade das crianças me encantam! Semana passada levei minha filha Antônia à dentista, coisa que ela faz lépida e faceira, comporta-se como uma mocinha e não tem pudor nenhum de ao final da consulta solicitar seu "prêmio", geralmente um brinquedinho e uma escova de dentes nova da gaveta mágica da tia Renata.
Então, quando chegamos ao consultório já havia um senhor na sala de esperas. Ele nos cumprimentou e iniciou uma conversação típica de um adulto e uma criança:
-Oi lindinha, como é o seu nome?
- Antônia.
- É mesmo, mas que lindo nome e quanto aninhos você tem?
- Três (ela mostra os dedinhos) já fiz três anos e depois vou fazer quatro!
- E você vai no dentista então hoje?
- Não, eu já estou no dentista.
O adulto ri um riso meio bobo e a minha pequena fica atenta esperando pela retórica que não vem. Oras, ela somente respondeu, da forma mais sincera e óbvia, à pergunta do seu interlocutor.
Isso me fez pensar em quantas vezes, depois de adultos, deixamos de ter conversas francas, sem subterfúgios, com leveza, literalidade e sinceridade de criança. Diversas, com as mais variadas pessoas.
A grande consequência é que por vezes não expressamos o que realmente sentimos, o que realmente queremos ou esperamos das pessoas, das situações, da vida. Perdemos a oportunidade de nos mostrarmos da forma como realmente somos, o que realmente pensamos e como encaramos os fatos e também de saber o que a outra pessoa pensaria sobre você e sobre o que você está sentindo ou querendo expressar na sua forma mais genuína.
Isso tudo por medo. Medo de não ser aceito, de não ser compreendido, de ser julgado. Crianças ainda não sabem o peso desses medos e encaram tudo com mais naturalidade, mais leveza, mais alegria.
Sejamos um pouco crianças, sejamos mais sinceros, mais leves, mais abertos, mais inocentes, com toda a graça e a cor que uma criança consegue tirar da vida.
Então, quando chegamos ao consultório já havia um senhor na sala de esperas. Ele nos cumprimentou e iniciou uma conversação típica de um adulto e uma criança:
-Oi lindinha, como é o seu nome?
- Antônia.
- É mesmo, mas que lindo nome e quanto aninhos você tem?
- Três (ela mostra os dedinhos) já fiz três anos e depois vou fazer quatro!
- E você vai no dentista então hoje?
- Não, eu já estou no dentista.
O adulto ri um riso meio bobo e a minha pequena fica atenta esperando pela retórica que não vem. Oras, ela somente respondeu, da forma mais sincera e óbvia, à pergunta do seu interlocutor.
Isso me fez pensar em quantas vezes, depois de adultos, deixamos de ter conversas francas, sem subterfúgios, com leveza, literalidade e sinceridade de criança. Diversas, com as mais variadas pessoas.
A grande consequência é que por vezes não expressamos o que realmente sentimos, o que realmente queremos ou esperamos das pessoas, das situações, da vida. Perdemos a oportunidade de nos mostrarmos da forma como realmente somos, o que realmente pensamos e como encaramos os fatos e também de saber o que a outra pessoa pensaria sobre você e sobre o que você está sentindo ou querendo expressar na sua forma mais genuína.
Isso tudo por medo. Medo de não ser aceito, de não ser compreendido, de ser julgado. Crianças ainda não sabem o peso desses medos e encaram tudo com mais naturalidade, mais leveza, mais alegria.
Sejamos um pouco crianças, sejamos mais sinceros, mais leves, mais abertos, mais inocentes, com toda a graça e a cor que uma criança consegue tirar da vida.
domingo, 6 de outubro de 2013
Boa educação
É realmente uma pena que boa educação não seja vendida nas farmácias. Assim como gentileza e classe. Seria bem mais fácil, pois no caso de você se deparar com uma criatura que tem o umbigo e o ego como principais preocupações, poderia até mesmo oferecer, com um cafezinho, uma pílula destas preciosas virtudes.
Mas não há. Tudo isso se adquire em casa, não em berço de ouro, mas em berço de amor, carinho, respeito, bons exemplos e compaixão. Colocar-se no lugar do outro é o primeiro passo para exercitar essas três características. Saber que a sua liberdade termina onde a do outro inicia. Não fazer a ninguém o que você não gostaria que fizessem com você mesmo, e o mais importante: não imaginar que o mundo gira ao seu redor e que os outros é que devem se adaptar à você e à todas as suas desagradáveis atitudes e convicções.
Quem convive ou já encontrou figuras deste tipo pelo caminho sabe o quanto um remedinho destes faria bem às outras criaturas mais bem educadas, mai gentis e com classe que precisam engolir a seco, ou entre um gole de café e outro, tipos desta estirpe.
Mas não há. Tudo isso se adquire em casa, não em berço de ouro, mas em berço de amor, carinho, respeito, bons exemplos e compaixão. Colocar-se no lugar do outro é o primeiro passo para exercitar essas três características. Saber que a sua liberdade termina onde a do outro inicia. Não fazer a ninguém o que você não gostaria que fizessem com você mesmo, e o mais importante: não imaginar que o mundo gira ao seu redor e que os outros é que devem se adaptar à você e à todas as suas desagradáveis atitudes e convicções.
Quem convive ou já encontrou figuras deste tipo pelo caminho sabe o quanto um remedinho destes faria bem às outras criaturas mais bem educadas, mai gentis e com classe que precisam engolir a seco, ou entre um gole de café e outro, tipos desta estirpe.
sábado, 5 de outubro de 2013
Boazinha
Fui educada para ser comportada, estudiosa, asseada, polida, simpática, gentil, boa ouvinte, discreta e modesta. Correta nas atitudes, humilde e honesta. Coisas boas, claro, pai e mãe ótimos e conscientes. O problema é que com isso criou-se um estigma de perfeição, de nunca errar, de nunca surpreender pelo inconveniente ou espontâneo, de ser a certinha, bonitinha e simpática.
Oras bolas, por dentro, como qualquer criatura viva e pensante, tenho meus dias de mal criação, de dizer palavrões, de pensar e falar mal das almas alheias, de preguiça e de mau humor.
Quero um olhar diferente sobre minha pessoa. Passei a ser mais eu comigo mesma, e isso já é um primeiro passo, rumo a libertação de não ser apenas mais uma pessoa boazinha, mas sim alguém de carne e osso e sentimentos, sejam eles apreciáveis ou não. Chega de carregar a carapuça da boa moça. Eu quero mesmo é poder ser o que eu quiser, na hora que quiser, sem dedos, sem ter que pisar em ovos. E ai de quem se surpreender, mas você, que sempre foi tão certinha? Pois é, querida, até os certos conseguem ser tortos de vez em quando. Agora passa fora que eu não estou com saco prá você. Essa cena imagino várias vezes, com vários seres estupidamente insuportáveis. Claro que nunca tive uma atitude dessas, de descer do salto desse jeito. Mas que às vezes dá vontade, ah dá. Por hora me contento em apenas surpreender com algumas atitudes que valem mais que mil palavras. Ou melhor, que têm rendido mil palavras dos outros. Mas quer saber? Não me importo. Não sou mais tão boazinha.
Oras bolas, por dentro, como qualquer criatura viva e pensante, tenho meus dias de mal criação, de dizer palavrões, de pensar e falar mal das almas alheias, de preguiça e de mau humor.
Quero um olhar diferente sobre minha pessoa. Passei a ser mais eu comigo mesma, e isso já é um primeiro passo, rumo a libertação de não ser apenas mais uma pessoa boazinha, mas sim alguém de carne e osso e sentimentos, sejam eles apreciáveis ou não. Chega de carregar a carapuça da boa moça. Eu quero mesmo é poder ser o que eu quiser, na hora que quiser, sem dedos, sem ter que pisar em ovos. E ai de quem se surpreender, mas você, que sempre foi tão certinha? Pois é, querida, até os certos conseguem ser tortos de vez em quando. Agora passa fora que eu não estou com saco prá você. Essa cena imagino várias vezes, com vários seres estupidamente insuportáveis. Claro que nunca tive uma atitude dessas, de descer do salto desse jeito. Mas que às vezes dá vontade, ah dá. Por hora me contento em apenas surpreender com algumas atitudes que valem mais que mil palavras. Ou melhor, que têm rendido mil palavras dos outros. Mas quer saber? Não me importo. Não sou mais tão boazinha.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Encarando a sexta-feira
Acordar tarde para mim é como começar o dia já pela metade, e olha que o tarde ao qual me refiro é depois das 7h. Há algo entre 6h e 7h da manhã que me encanta e me situa no tempo e no espaço. A quietude, o sol nascendo e a casa ainda dormindo me preparam para o dia que está chegando.
Pois hoje foi um dos dias em que acordei depois das sete e ainda não achei meu eixo. Nem a inspiração matinal pro blog é a mesma. Pra completar minha inquietude, aqueles 61kg tornaram-se 63, o que já era de se esperar, pois falar de comida a semana inteira não poderia resultar em outra coisa, rará.
Então meus queridos é preciso tomar uma drástica atitude, mesmo que hoje seja sexta-feira e amanhã sábado e depois domingo, até porque o acúmulo adiposo em nossos lindos corpinhos desconhece os dias da semana. Nada de esperar pela linda segunda-feira para colocar em prática tudo o que o mundo inteiro sabe: comer menos, gastar mais. Simples assim, pena que não seja tão fácil. Meu culote, que só fez aumentar nos últimos anos, que o diga!
Mas já tenho algumas motivações: minha linda calça jeans novinha em folha e um convite muito especial de uma amiga muito querida, que quando eu puder dou mais detalhes.
Por hora, as comilanças terão que ser só de palavras e memórias, pois a realidade já bateu nua e crua na minha porta. E de cru agora só me ofereçam uma boa comida japonesa.
Pois hoje foi um dos dias em que acordei depois das sete e ainda não achei meu eixo. Nem a inspiração matinal pro blog é a mesma. Pra completar minha inquietude, aqueles 61kg tornaram-se 63, o que já era de se esperar, pois falar de comida a semana inteira não poderia resultar em outra coisa, rará.
Então meus queridos é preciso tomar uma drástica atitude, mesmo que hoje seja sexta-feira e amanhã sábado e depois domingo, até porque o acúmulo adiposo em nossos lindos corpinhos desconhece os dias da semana. Nada de esperar pela linda segunda-feira para colocar em prática tudo o que o mundo inteiro sabe: comer menos, gastar mais. Simples assim, pena que não seja tão fácil. Meu culote, que só fez aumentar nos últimos anos, que o diga!
Mas já tenho algumas motivações: minha linda calça jeans novinha em folha e um convite muito especial de uma amiga muito querida, que quando eu puder dou mais detalhes.
Por hora, as comilanças terão que ser só de palavras e memórias, pois a realidade já bateu nua e crua na minha porta. E de cru agora só me ofereçam uma boa comida japonesa.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Calça justa em NY
Ontem alguém me disse que eu não estava gorda de forma alguma e que não precisava emagrecer. Mas é tudo uma questão de parâmetro, meu caro Watson, e para alguém que pesou meros 55kg e entrou divinamente esguia na igreja em um vestido branco deslumbrante, acreditem, estar hoje com 61kg representa sim um excesso de peso.
É o que a minha mais nova calça jeans tamanho 28 acha também. Esse 28 representa o nosso 38 pra quem já estava achando que eu enlouqueci e comprei roupa tamanho infantil.
Pois bem, na nossa última viagem umas das atrações turísticas era a visita a um outlet, pois até o ato de vender esses americanos conseguem transformar em turismo. Eles te vendem o próprio ato de vender e você ainda acha o máximo. Mas é mesmo, sem hipocrisias, porque você sai de lá com a nítida sensação de que aqui no Brasil é que somos ludibriados ao comprar roupas (sério Cláudia? Aqui no Brasil, imagina.). Então, seguindo nosso roteiro turístico, e atendendo a sugestão da empresa de turismo que nos levaria até o outlet, saímos eu, o maridão e uma de nossas malas, vazia, para nossa aventura deliciosa de torrar todo o limite do cartão de crédito.
Quando entramos no ônibus é que nos demos por conta que não tínhamos a menor ideia de onde estávamos nos metendo. Grupos compostos por basicamente mulheres: mães, gestantes, solteiras, divorciadas, casadas, casando, se divorciando, o que você imaginar, com mapas previamente impressos e cupons de desconto conseguidos na internet. Todas avaliando quais lojas e quais caminhos no extenso shopping a céu aberto iriam conseguir visitar nas meras 6h de compras (muito pouco tempo, já diziam umas) e eu e o maridão levemente incomodados, pois começamos a achar que deveríamos também ter uma estratégia de guerra. Sim porque, haviam territórios a serem descobertos, rendidos e abatidos e nós não tínhamos nem os cupons de desconto!
Bom, nem preciso dizer que foi uma epopéia consumista, uma correria para conseguir visitar todas as lojas. Mas meu martírio e meu calvário se deram em uma de jeans, em que já conhecendo a marca e já tendo usado o número 27 deles (sim minhas queridas, algo como 36,5) fui direto nessa numeração, pois nossa memória seletiva só nos concede a graça de lembrarmos bons momentos, e o fato da dita calça 27 já estar no museu da peças que não passam mais pelas minhas coxas nem me ocorreu.
O maridão riu e eu quase chorei. Amaldiçoei todos os carboidratos, doces e gulodices, toda a minha preguiça grudada nas minhas costas feito um quati e calmamente peguei um exemplar em tamanho 28. Ela entrou, graças a estratégia minhoca vestindo calça jeans, em que você se contorce até ela chegar ao teu quadril. E fechou, porque o maridão ficou tão solidário que resolveu me dar uma ajudinha, não precisei deitar, mas no três eu encolhi a barriga e ele uniu o botão à sua linda casinha. Pra puxar o zíper depois foi moleza, consegui sozinha.
No final matamos um Mac enquanto esperávamos a hora de partir, agora não com uma mas duas malas.
Ainda não consegui usar minha calça nova, como eu disse memória seletiva é uma m#*^#^ pois só lembro que ela ainda está "levemente" apertada na hora em que a pego no guarda roupas. Que Monsier Dukan me ajude, que o quati que mora atrás de mim me abandone em definitivo e que eu possa ainda um dia voltar a vestir esse tamanho 28. Até porque, o 27 já desisti, afinal de contas precisamos ser um pouco amáveis com nós mesmas e um tamanho 28 comporta um chocolatinho de vez em quando.
É o que a minha mais nova calça jeans tamanho 28 acha também. Esse 28 representa o nosso 38 pra quem já estava achando que eu enlouqueci e comprei roupa tamanho infantil.
Pois bem, na nossa última viagem umas das atrações turísticas era a visita a um outlet, pois até o ato de vender esses americanos conseguem transformar em turismo. Eles te vendem o próprio ato de vender e você ainda acha o máximo. Mas é mesmo, sem hipocrisias, porque você sai de lá com a nítida sensação de que aqui no Brasil é que somos ludibriados ao comprar roupas (sério Cláudia? Aqui no Brasil, imagina.). Então, seguindo nosso roteiro turístico, e atendendo a sugestão da empresa de turismo que nos levaria até o outlet, saímos eu, o maridão e uma de nossas malas, vazia, para nossa aventura deliciosa de torrar todo o limite do cartão de crédito.
Quando entramos no ônibus é que nos demos por conta que não tínhamos a menor ideia de onde estávamos nos metendo. Grupos compostos por basicamente mulheres: mães, gestantes, solteiras, divorciadas, casadas, casando, se divorciando, o que você imaginar, com mapas previamente impressos e cupons de desconto conseguidos na internet. Todas avaliando quais lojas e quais caminhos no extenso shopping a céu aberto iriam conseguir visitar nas meras 6h de compras (muito pouco tempo, já diziam umas) e eu e o maridão levemente incomodados, pois começamos a achar que deveríamos também ter uma estratégia de guerra. Sim porque, haviam territórios a serem descobertos, rendidos e abatidos e nós não tínhamos nem os cupons de desconto!
Bom, nem preciso dizer que foi uma epopéia consumista, uma correria para conseguir visitar todas as lojas. Mas meu martírio e meu calvário se deram em uma de jeans, em que já conhecendo a marca e já tendo usado o número 27 deles (sim minhas queridas, algo como 36,5) fui direto nessa numeração, pois nossa memória seletiva só nos concede a graça de lembrarmos bons momentos, e o fato da dita calça 27 já estar no museu da peças que não passam mais pelas minhas coxas nem me ocorreu.
O maridão riu e eu quase chorei. Amaldiçoei todos os carboidratos, doces e gulodices, toda a minha preguiça grudada nas minhas costas feito um quati e calmamente peguei um exemplar em tamanho 28. Ela entrou, graças a estratégia minhoca vestindo calça jeans, em que você se contorce até ela chegar ao teu quadril. E fechou, porque o maridão ficou tão solidário que resolveu me dar uma ajudinha, não precisei deitar, mas no três eu encolhi a barriga e ele uniu o botão à sua linda casinha. Pra puxar o zíper depois foi moleza, consegui sozinha.
No final matamos um Mac enquanto esperávamos a hora de partir, agora não com uma mas duas malas.
Ainda não consegui usar minha calça nova, como eu disse memória seletiva é uma m#*^#^ pois só lembro que ela ainda está "levemente" apertada na hora em que a pego no guarda roupas. Que Monsier Dukan me ajude, que o quati que mora atrás de mim me abandone em definitivo e que eu possa ainda um dia voltar a vestir esse tamanho 28. Até porque, o 27 já desisti, afinal de contas precisamos ser um pouco amáveis com nós mesmas e um tamanho 28 comporta um chocolatinho de vez em quando.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
De pessoas e aromas e gostos
Estive pensando ao longo do dia que, da mesma forma com que associo comidas às cidades as quais já visitei, também associo facilmente e instintivamente pessoas queridas às comidas que por ventura compartilhamos juntas.
Essa é uma lista que poderá ser sempre aumentada, me perdoem os que por ventura, mesmo que momentaneamente, ficarem de fora. Os convido a fazerem uma brincadeira ao final: quem ficar de fora se faça lembrar nos comentários e eu faço a associação.
Bom, preciso começar com minha mãe e a lembrança é a dos seus churrascos, sejam eles bem ou mal sucedidos! Sim, pois minha mãe é uma inconstância na cozinha, uma criatura desvairada que ora pode te surpreender ou te fazer fugir! Meu pai, bem, estou pensando, pensando, e nem sei porque, algo que deve estar muito no subconsciente, mas a referência é strogonoff...vai saber, só sei que ele me remete a isso. Ainda bem que strogonoff é bom, né? Meu irmão invariavelmente a feijão arroz bife e fritas. Simples assim. Minhas amigas e companheiras mais queridas, agora segurem-se e por favor, não me odeiem, se algo parecer estranho. Minha querida comadre, prima, irmã Dindona Amanda Casagrande e nossos cafés da tarde com pão com chimia de uva ( e tudo o mais que aparecer em nossa frente, somos duas bocas santas!). Minha amada Ana Paula Lajus e os bolos de chocolate da tia Neusa. Andréa Bertelli e os ataques à geladeira atrás de salame fatiado, do tipo italiano. Minha prima Ana Luisa e um creminho de maisena e chocolate que sua avó Argea fazia. Camila, prima, irmã parceira, é um pouquinho diferente, pois na verdade me lembro de pepsi pois a criatura não tomava coca cola quando criança. Dani (mais uma prima querida) me lembro dos ovos fofinhos que você me ensinou a fazer, lembra? Sandrinha, uma das mais recentes e queridas amigas, você tem uma lista interminável, mas o que esta ligado a você na minha memória igual chiclete é o teu simples e maravilhoso bolo de limão siciliano. Falando em bolo me lembrei da Janine, amiga querida que sempre me esperava com um bolo fresquinho, mesmo que de caixinha, e um café passado na hora! Sabrina querida e seus enroladinhos de salsicha. A Mirelle come tão pouco que me faz lembrar de torrada de presunto e queijo em um café da manhã tardio, pois a danada adora dormir até tarde. Minha amada tia Verinha e seus pães de queijo caseiros. Maria Vitalli e sua lasanha. Tia Diones uma travessa enorme de batatas fritas nas férias. Rafa querido, um suco maravilhoso de morango e sprite. Minha filha Antônia e sua amada massinha. Fábio e sua massa ao pesto. Dona Herta e sua maionese de batatas acompanhada por figos. E eu por eu mesma? Ah, um bom e simples chocolate. Suíço, por favor.
Essa é uma lista que poderá ser sempre aumentada, me perdoem os que por ventura, mesmo que momentaneamente, ficarem de fora. Os convido a fazerem uma brincadeira ao final: quem ficar de fora se faça lembrar nos comentários e eu faço a associação.
Bom, preciso começar com minha mãe e a lembrança é a dos seus churrascos, sejam eles bem ou mal sucedidos! Sim, pois minha mãe é uma inconstância na cozinha, uma criatura desvairada que ora pode te surpreender ou te fazer fugir! Meu pai, bem, estou pensando, pensando, e nem sei porque, algo que deve estar muito no subconsciente, mas a referência é strogonoff...vai saber, só sei que ele me remete a isso. Ainda bem que strogonoff é bom, né? Meu irmão invariavelmente a feijão arroz bife e fritas. Simples assim. Minhas amigas e companheiras mais queridas, agora segurem-se e por favor, não me odeiem, se algo parecer estranho. Minha querida comadre, prima, irmã Dindona Amanda Casagrande e nossos cafés da tarde com pão com chimia de uva ( e tudo o mais que aparecer em nossa frente, somos duas bocas santas!). Minha amada Ana Paula Lajus e os bolos de chocolate da tia Neusa. Andréa Bertelli e os ataques à geladeira atrás de salame fatiado, do tipo italiano. Minha prima Ana Luisa e um creminho de maisena e chocolate que sua avó Argea fazia. Camila, prima, irmã parceira, é um pouquinho diferente, pois na verdade me lembro de pepsi pois a criatura não tomava coca cola quando criança. Dani (mais uma prima querida) me lembro dos ovos fofinhos que você me ensinou a fazer, lembra? Sandrinha, uma das mais recentes e queridas amigas, você tem uma lista interminável, mas o que esta ligado a você na minha memória igual chiclete é o teu simples e maravilhoso bolo de limão siciliano. Falando em bolo me lembrei da Janine, amiga querida que sempre me esperava com um bolo fresquinho, mesmo que de caixinha, e um café passado na hora! Sabrina querida e seus enroladinhos de salsicha. A Mirelle come tão pouco que me faz lembrar de torrada de presunto e queijo em um café da manhã tardio, pois a danada adora dormir até tarde. Minha amada tia Verinha e seus pães de queijo caseiros. Maria Vitalli e sua lasanha. Tia Diones uma travessa enorme de batatas fritas nas férias. Rafa querido, um suco maravilhoso de morango e sprite. Minha filha Antônia e sua amada massinha. Fábio e sua massa ao pesto. Dona Herta e sua maionese de batatas acompanhada por figos. E eu por eu mesma? Ah, um bom e simples chocolate. Suíço, por favor.
Fim de caso
Preciso por fim em um relacionamento recente. Sei que será difícil, mas a coisa já vem findando mesmo desde sexta feira à noite. Eles chegaram tão lindos, alguns brilhantes, outros encrespadinhos, mas todos absolutamente irresistíveis. Todos os dias desde sexta nos encontramos às escondidas, logo após o almoço, no meio da tarde ou à noite antes de dormir, mais precisamente depois do jantar.
A cada vislumbre eles sorriem para mim e eu não resisto: caio de boca. Vai ser triste o fim, mas minha única saída é acabar logo com tudo isso e seguir adiante. Preciso comer logo, tudo de uma vez, esses malditos docinhos que sobraram do fim de semana. Monsier Dukan já está tentando me doutrinar, acabei de comprar seu exemplar " o Método Dukan ilustrado" e pretendo ao menos tentar seguir seus ensinamentos, quem sabe devoro o livro e de quebra perco uns quilinhos? É ler para ver!
A cada vislumbre eles sorriem para mim e eu não resisto: caio de boca. Vai ser triste o fim, mas minha única saída é acabar logo com tudo isso e seguir adiante. Preciso comer logo, tudo de uma vez, esses malditos docinhos que sobraram do fim de semana. Monsier Dukan já está tentando me doutrinar, acabei de comprar seu exemplar " o Método Dukan ilustrado" e pretendo ao menos tentar seguir seus ensinamentos, quem sabe devoro o livro e de quebra perco uns quilinhos? É ler para ver!
Mi Buenos Aires querida
Cometi um grave deslize, e não foi comendo um brigadeiro furtivamente ou metendo o pé na jaca numa polenta ao meio dia. Esqueci de Buenos Aires no último post. Mas bem a tempo, enquanto colocava a mesa do café da manhã e me deparei com um doce de leite é que lembrei: Buenos Aires e seu maravilhoso sorvete de Dulce de leche! Impossível resistir! Devo dizer que fica ainda melhor se for servido logo após você se enfadar com um filé angus na Cabaña Las Lilas no Porto Madero. Perfeito como um passo de tango.
De viagens e aromas e gostos
Aos que se desesperam e devoram caixas de chocolates em razão da ansiedade ou de uma angústia, um vazio que parece que só será preenchido depois de se entupir de qualquer coisa mais gordurosa, aí vai mais uma constatação: ser lida, reconhecida e elogiada também tem o mesmo efeito! E assim sigo comendo mais palavras e menos chocolates! Obrigada meninas, de coração!
Mas então, justamente por uma dessas meninas veio a luz para este post.
Viagens. E com elas aromas, formas, sabores! Nossa logo de manhã é um suplício! Mas vamos lá. Para cada lugar visitado consigo atribuir uma comida, um cheiro ou um prato especial.
Paris. Pães, pães, pães! Sim meus queridos, muitos pães, de todos os tipos, de todos os sabores: pão de chocolate, pão de nozes, pão baguete, pão croassant. Aqui preciso registrar que o mais incrível é que passamos 7 dias comendo pães do café da manhã ao jantar e não ganhei uma grama! Como? Andando muito! Paris é uma cidade maravilhosa e merece ser conhecida assim, caminhando e olhando, olhando e parando, comendo, comendo e nunca engordando. O sonho de qualquer criatura. Mas enfim, Paris rende um único post, mais tarde penso nisso. Próxima parada, Roma. E uma maravilhosa massa a bolognese. Simples assim, o supra sumo das massas. Simplicidade que mescla a perfeição dos seus ingredientes: tomate, carne e muito manjericão. Veneza e seu maravilhoso sorvete de pistache, numa sorveteria aos pés da Ponte Vecchia. Londres e um pub maravilhoso em que comemos as mais deliciosas batatas com ervilhas e uma carne vermelha suculenta e no ponto certo, acompanhadas de uma Guinees gelada e a Tower Bridge como pano de fundo. Em Nova York eu provei os famosos bacons americanos, e preciso admitir: eles sabem o que é bom em termos de gorduras com alto sabor viciante! Um brunch no Bryant Park comprovou isso. Batatas refogadas, ovos mexidos, salsichas vienenses grelhadas e muito bacon fizeram com que eu me sentisse no céu e no inferno em poucos segundos: sabor maravilhoso, crocância e cheiros embriagantes. Pena que dura pouco e depois só fica o peso no estômago de tanta gordura. Mas vale a pena, você está em Nova York, vai andar bastante e queimar todas essas calorias. Até a próxima refeição, é claro.
Bon apetit e bon voyage!
Mas então, justamente por uma dessas meninas veio a luz para este post.
Viagens. E com elas aromas, formas, sabores! Nossa logo de manhã é um suplício! Mas vamos lá. Para cada lugar visitado consigo atribuir uma comida, um cheiro ou um prato especial.
Paris. Pães, pães, pães! Sim meus queridos, muitos pães, de todos os tipos, de todos os sabores: pão de chocolate, pão de nozes, pão baguete, pão croassant. Aqui preciso registrar que o mais incrível é que passamos 7 dias comendo pães do café da manhã ao jantar e não ganhei uma grama! Como? Andando muito! Paris é uma cidade maravilhosa e merece ser conhecida assim, caminhando e olhando, olhando e parando, comendo, comendo e nunca engordando. O sonho de qualquer criatura. Mas enfim, Paris rende um único post, mais tarde penso nisso. Próxima parada, Roma. E uma maravilhosa massa a bolognese. Simples assim, o supra sumo das massas. Simplicidade que mescla a perfeição dos seus ingredientes: tomate, carne e muito manjericão. Veneza e seu maravilhoso sorvete de pistache, numa sorveteria aos pés da Ponte Vecchia. Londres e um pub maravilhoso em que comemos as mais deliciosas batatas com ervilhas e uma carne vermelha suculenta e no ponto certo, acompanhadas de uma Guinees gelada e a Tower Bridge como pano de fundo. Em Nova York eu provei os famosos bacons americanos, e preciso admitir: eles sabem o que é bom em termos de gorduras com alto sabor viciante! Um brunch no Bryant Park comprovou isso. Batatas refogadas, ovos mexidos, salsichas vienenses grelhadas e muito bacon fizeram com que eu me sentisse no céu e no inferno em poucos segundos: sabor maravilhoso, crocância e cheiros embriagantes. Pena que dura pouco e depois só fica o peso no estômago de tanta gordura. Mas vale a pena, você está em Nova York, vai andar bastante e queimar todas essas calorias. Até a próxima refeição, é claro.
Bon apetit e bon voyage!
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Começando a comilança
Nunca fui gorda ao extremo, mas sempre fui uma boca santa, como minha mãe sempre diz, pois um do meus maiores prazeres sempre foi uma boa comida. Uma falsa magra pra ser mais exata, uma mente fértil em imaginar e colocar em prática as mais variadas gulodices. Se enxergo um morango já visualizo uma calda de chocolate; um leite quente se transforma em um super capuccino de ovomaltine e chocolate meio amargo; um simples waffle ( feito em casa há que se frisar) só merece ser apreciado com uma calda de frutas vermelhas ou com mirtilos e doce de leite. Sim eu sei, uma mente fértil. E o corpo é quem paga. E o marido de vez em quando, para ser bem justa. A eterna frase "não tenho o que vestir" ecoa pelos quatro cantos da casa na noite de algum evento, jantar ou simples aniversário. Não é justo nem com ele e nem com meu guarda roupas, que anda lotado de coisas a serem usadas quando emagrecer mais um pouquinho.
O problema é que esse pouquinho vem aumentando progressivamente ao longo dos anos. Vocês sabem como é: no final da faculdade e o tcc, muitas noites em claro com um chocolate como companheiro, depois de casar e eu nem preciso explicar, não é? E depois a gestação. Aqui preciso abrir um parêntese pois minha querida filha nesse sentido somente me ajudou, pois fui a criatura mais disciplinada, consciente e certinha, fiz exercícios e não engordei quase nada. O problema foi depois que a Antônia completou 1 ano e eu parei de amamentar e não retomei atividade física. Aí foi a treva, e os quilinhos foram se depositando, as calças com os números aumentando, as camisas se alargando.
Abandonei, até agora pelo menos, uma coisa da qual sempre gostei muito: escrever. Quem já conhece o sem cerimônias sabe que sempre apreciei as letras e os livros. Ah, os livros, se pudesse comê-los certamente o faria. Como podem ver, tudo relaciono com comida e o ato de comer.
Ultimamente ando engolindo não somente carboidratos, mas sapos e afins e isso cria um perigoso círculo vicioso, pois invariavelmente minha angústia é facilmente dissipada por um sorvete ou um chocolate furtivo. Mas dura pouco, pois a angústia volta e traz consigo sua mais adorável e azeda amiga: a culpa.
Surpresos? Eu também! Achei que jamais ousaria repartir esses pensamentos. Mas aqui estão. E por um motivo bem simples: descobri que isso também me sacia e aplaca minhas angústias. O ato de dividir pensamentos insanos ou descabidos, imorais ou vergonhosos nos alivia. Quase como uma taça de sorvete.
Por isso resolvi começar esta comilança de palavras e pensamentos. Relatos das minhas doidices e meus desafios com a comida, pois começa hoje uma etapa bem distinta da minha vida. Pra isso conto com a ajuda de um livro, meus dedos afoitos e você aí do outro lado. É, você mesmo. Gosta de comer? Gosta de ler? Gosta de escrever? Gosta de perder-se em devaneios e maluquices censuradas? Vem comigo então!
Vamos juntos devorar umas palavras.
O problema é que esse pouquinho vem aumentando progressivamente ao longo dos anos. Vocês sabem como é: no final da faculdade e o tcc, muitas noites em claro com um chocolate como companheiro, depois de casar e eu nem preciso explicar, não é? E depois a gestação. Aqui preciso abrir um parêntese pois minha querida filha nesse sentido somente me ajudou, pois fui a criatura mais disciplinada, consciente e certinha, fiz exercícios e não engordei quase nada. O problema foi depois que a Antônia completou 1 ano e eu parei de amamentar e não retomei atividade física. Aí foi a treva, e os quilinhos foram se depositando, as calças com os números aumentando, as camisas se alargando.
Abandonei, até agora pelo menos, uma coisa da qual sempre gostei muito: escrever. Quem já conhece o sem cerimônias sabe que sempre apreciei as letras e os livros. Ah, os livros, se pudesse comê-los certamente o faria. Como podem ver, tudo relaciono com comida e o ato de comer.
Ultimamente ando engolindo não somente carboidratos, mas sapos e afins e isso cria um perigoso círculo vicioso, pois invariavelmente minha angústia é facilmente dissipada por um sorvete ou um chocolate furtivo. Mas dura pouco, pois a angústia volta e traz consigo sua mais adorável e azeda amiga: a culpa.
Surpresos? Eu também! Achei que jamais ousaria repartir esses pensamentos. Mas aqui estão. E por um motivo bem simples: descobri que isso também me sacia e aplaca minhas angústias. O ato de dividir pensamentos insanos ou descabidos, imorais ou vergonhosos nos alivia. Quase como uma taça de sorvete.
Por isso resolvi começar esta comilança de palavras e pensamentos. Relatos das minhas doidices e meus desafios com a comida, pois começa hoje uma etapa bem distinta da minha vida. Pra isso conto com a ajuda de um livro, meus dedos afoitos e você aí do outro lado. É, você mesmo. Gosta de comer? Gosta de ler? Gosta de escrever? Gosta de perder-se em devaneios e maluquices censuradas? Vem comigo então!
Vamos juntos devorar umas palavras.
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