Nunca fui gorda ao extremo, mas sempre fui uma boca santa, como minha mãe sempre diz, pois um do meus maiores prazeres sempre foi uma boa comida. Uma falsa magra pra ser mais exata, uma mente fértil em imaginar e colocar em prática as mais variadas gulodices. Se enxergo um morango já visualizo uma calda de chocolate; um leite quente se transforma em um super capuccino de ovomaltine e chocolate meio amargo; um simples waffle ( feito em casa há que se frisar) só merece ser apreciado com uma calda de frutas vermelhas ou com mirtilos e doce de leite. Sim eu sei, uma mente fértil. E o corpo é quem paga. E o marido de vez em quando, para ser bem justa. A eterna frase "não tenho o que vestir" ecoa pelos quatro cantos da casa na noite de algum evento, jantar ou simples aniversário. Não é justo nem com ele e nem com meu guarda roupas, que anda lotado de coisas a serem usadas quando emagrecer mais um pouquinho.
O problema é que esse pouquinho vem aumentando progressivamente ao longo dos anos. Vocês sabem como é: no final da faculdade e o tcc, muitas noites em claro com um chocolate como companheiro, depois de casar e eu nem preciso explicar, não é? E depois a gestação. Aqui preciso abrir um parêntese pois minha querida filha nesse sentido somente me ajudou, pois fui a criatura mais disciplinada, consciente e certinha, fiz exercícios e não engordei quase nada. O problema foi depois que a Antônia completou 1 ano e eu parei de amamentar e não retomei atividade física. Aí foi a treva, e os quilinhos foram se depositando, as calças com os números aumentando, as camisas se alargando.
Abandonei, até agora pelo menos, uma coisa da qual sempre gostei muito: escrever. Quem já conhece o sem cerimônias sabe que sempre apreciei as letras e os livros. Ah, os livros, se pudesse comê-los certamente o faria. Como podem ver, tudo relaciono com comida e o ato de comer.
Ultimamente ando engolindo não somente carboidratos, mas sapos e afins e isso cria um perigoso círculo vicioso, pois invariavelmente minha angústia é facilmente dissipada por um sorvete ou um chocolate furtivo. Mas dura pouco, pois a angústia volta e traz consigo sua mais adorável e azeda amiga: a culpa.
Surpresos? Eu também! Achei que jamais ousaria repartir esses pensamentos. Mas aqui estão. E por um motivo bem simples: descobri que isso também me sacia e aplaca minhas angústias. O ato de dividir pensamentos insanos ou descabidos, imorais ou vergonhosos nos alivia. Quase como uma taça de sorvete.
Por isso resolvi começar esta comilança de palavras e pensamentos. Relatos das minhas doidices e meus desafios com a comida, pois começa hoje uma etapa bem distinta da minha vida. Pra isso conto com a ajuda de um livro, meus dedos afoitos e você aí do outro lado. É, você mesmo. Gosta de comer? Gosta de ler? Gosta de escrever? Gosta de perder-se em devaneios e maluquices censuradas? Vem comigo então!
Vamos juntos devorar umas palavras.
Adorei a leitura Clau, já estava com saudade de ler suas crônicas e pensamentos. Bjs
ResponderExcluirAmanha te mais Dindona! A ideia é escrever todos os dias! Bjos
ExcluirAmei! Parabéns Claudinha. Continue a escrever, pois você o faz com maestria. Também adoro comer, ler e escrever. Só acrescentaria um ítem na lista: viajar. Hehehehehe Sucesso e felicidades! Bjs Claidi
ExcluirAdorei Clau! principalmente a parte de "compartilhar os pensamentos internos". Hahah! Vou confessar...tbm os ponho no papel as vezes, pois seria um desperdício perder tantas reflexões e situações engraçadas que nos fazem dialogar internamente por horas! Kkk! Parabéns pela coragem! Ficou lindo! Beijoos
ResponderExcluirAna Luisa
Parabéns Claudia agora lendo o teu texto me fez lembra do livro DOIDAS E SANTAS da Marta Medeiros
ResponderExcluirRÕ
Ro! Vc por aqui amiga!! Feliz Feliz agora!!bjos
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