segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Reeditando velhos fantasmas

Este é da série textos antigos. Já tive um blog anônimo, tamanha a minha necessidade em expurgar verdades cortantes a respeito de mim mesma. Mas como já mencionei em outras oportunidades, esses medos e inseguranças já deixei para trás, e compartilhar aqui meus pensamentos mais insanos (porém acredito que os mais verdadeiros) é uma forma de não me sentir tão sozinha nas minhas sandices e pecadinhos cotidianos.


Pecados capitais

O que mais me assola é o da preguiça. Logo em seguida o da gula. Na verdade se complementam: um não vive sem o outro. Se estou à toa, logo bate uma larica, uma vontade de devorar tudo que contém glicose e várias calorias. Isso por diversas vezes me deixa frustrada. Quando perco o controle passo horas sem nada fazer, com a consciência pesada, uma ansiedade sem fim, que só pode ser aplacada preenchendo um vazio que nem sei de onde vem. E vale chocolate, brigadeiro de colher, pão com geleia, pipoca com melado, até nescau de colher, se o desespero for muito e o armário estiver vazio.
Já pensei em fazer terapia, tentar descobrir a origem disso tudo. Enquanto isso não acontece, corro para a academia e fecho a boca por vários dias, porque não sou gorda nem nada, daquelas magras falsas sabe? Normal. Mas às vezes a normalidade não satisfaz, não agrada. Somos todas pecadoras. Na frente do espelho blasfemamos o corpinho que Deus nos deu com todo amor e carinho e nos mostramos insatisfeitas com o que temos. Mas esquecemos que nossa boca é nossa sentença, literalmente. A reincidência nos brigadeiros nos faz penar e pagar um preço alto, porém justo: você é aquilo que você come (ou se priva de comer).

Porque hoje é segunda-feira e tenho mais uma promessa a cumprir. Atire a primeira pedra quem nunca esperou a segunda pra começar tudo de novo o que nunca tem fim: nossa eterna insatisfação feminina em querermos ser sempre mais : mais magra, mais alta, mais disposta, mais mulher, mais mãe, mais profissional, mais amiga, mais amante, mais, mais, mais. Se conseguirmos ser um pouco mais nós mesmas, já é alguma coisa. Mesmo que pelo menos nessa segunda-feira.

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